Vazamentos de dados aumentam 490% em 2024

Os vazamentos de dados estão alcançando níveis alarmantes em 2024, com um aumento de 490% nos casos reportados, totalizando 1,1 bilhão de incidentes na primeira metade do ano. Essa tendência crescente de comprometimento de dados está afetando um número cada vez maior de pessoas, incluindo 1 bilhão de vítimas apenas no segundo trimestre. Entenda os principais fatores por trás dessa crise e como ela está impactando a segurança dos seus dados.

O aumento drástico nos vazamentos de dados pode ser atribuído a uma série de incidentes de grande escala. Entre eles, destaca-se a falha de segurança na plataforma de nuvem Snowflake, que afetou 900 milhões de pessoas, e os vazamentos na Prudential Financial e no Sistema Infosys McCamish, com 2,5 milhões e 6 milhões de vítimas, respectivamente. Esses eventos refletem uma continuidade das tendências observadas em 2023, onde já se notava um crescimento expressivo nos casos de comprometimento de dados.

Os vazamentos de dados em 2024 expuseram bilhões de informações pessoais e sensíveis, causando grande preocupação.

Eva Velasquez, presidente e CEO do Centro de Recursos para Roubo de Identidade (ITRC), enfatiza a necessidade de maior urgência na proteção de dados e identidade. Segundo Velasquez, todos – desde indivíduos até grandes corporações e instituições governamentais – devem adotar medidas mais rigorosas para garantir a segurança dos dados. A negligência nessa área pode resultar em incidentes de grandes proporções, como o recente vazamento de dados da AT&T.

A maior operadora de telefonia dos EUA, AT&T, foi alvo de um ataque hacker que expôs seis meses de registros telefônicos de 2022 de quase todos os seus clientes móveis. Embora o conteúdo das chamadas e mensagens não tenha sido comprometido, os invasores obtiveram localizações estimadas de alguns usuários, levantando preocupações sobre o possível uso dessas informações. A falha de segurança foi atribuída à plataforma de nuvem Snowflake, que também esteve envolvida em outros vazamentos de dados.

O ataque hacker sofrido pela AT&T em 2022 expôs as localizações de usuários e registros telefônicos.

No Brasil, a preocupação com o vazamento de dados bancários tem aumentado, especialmente diante do crescimento de golpes e fraudes. Apesar da implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2020, que prevê multas de até 50 milhões de reais para empresas, a obtenção de indenização por parte dos consumidores ainda é um desafio. A advogada Clara Machado, da Universidade Tiradentes, aponta que os consumidores precisam comprovar danos reais, o que é difícil sem acesso a informações financeiras detalhadas.

Para melhorar a proteção dos consumidores, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) precisa intensificar a fiscalização e exigir medidas de segurança cibernética mais robustas das instituições financeiras. Além disso, é necessário facilitar o processo de indenização para as vítimas de vazamentos de dados bancários e aplicar sanções mais severas para dissuadir a negligência.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) fiscaliza e regulamenta o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.

A proteção de dados é uma questão crítica em 2024, exigindo uma resposta coordenada e eficaz para evitar que mais indivíduos e organizações sejam prejudicados por vazamentos de dados em larga escala. Incidentes de grande escala, como os vazamentos na Snowflake e na AT&T, demonstram a necessidade de ações coordenadas para prevenir compromissos de dados e proteger as informações dos consumidores.

A implementação e fiscalização adequadas da LGPD no Brasil são essenciais para garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que medidas de segurança cibernética sejam adotadas por todas as empresas e instituições financeiras.

Fontes: jornaldacidadeolhardigitalteletime

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