A Importância das Florestas no Combate às Mudanças Climáticas

Pesquisas recentes mostram que as florestas são essenciais para combater as mudanças climáticas. Segundo um estudo do ecologista Thomas Crowther, se restaurarmos todas as florestas do mundo, poderíamos capturar 22 vezes mais carbono do que o mundo emite anualmente. Isso significa que poderíamos capturar cerca de 226 gigatoneladas de carbono, o que é mais ou menos um terço de todo o carbono que foi adicionado à atmosfera desde a Revolução Industrial. 

Thomas Crowther é um ecologista renomado, professor na ETH Zürich, focado em biodiversidade, mudanças climáticas e solo. Fundador da Restor, influencia políticas ambientais globais e pesquisa em restauração florestal.

A pesquisa de Crowther, que também inspirou a iniciativa de plantar um trilhão de árvores liderada pelo CEO da Salesforce, Marc Benioff, em colaboração com o Fórum Econômico Mundial, gerou um amplo debate. Mais de 40 cientistas, incluindo o ecologista Joseph Veldman da Texas A&M University, criticaram em um artigo no jornal Science a possível superestimação dos benefícios do plantio de árvores e a potencial distração da necessidade de reduzir o uso de combustíveis fósseis. 

A controvérsia em torno da “Trillion Trees Initiative”, endossada por figuras como o então presidente dos EUA, Donald Trump, e questionada por ambientalistas e cientistas, ressalta a complexidade da questão. Eles argumentam que, embora as árvores sejam uma ferramenta útil, não são uma solução simplista para a crise climática. 

A Trillion Trees Initiative é uma colaboração global para plantar um trilhão de árvores, visando restaurar ecossistemas e combater as mudanças climáticas.

O mais recente estudo liderado por Thomas Crowther e sua equipe, com mais de 200 pesquisadores, destaca que, embora as florestas sejam muito úteis, não devemos usá-las apenas para compensar a poluição que continuamos a emitir. É mais eficaz cuidar das florestas já existentes do que criar novas. Eles descobriram que 61% do carbono que as florestas podem remover do ar vem de proteger as florestas que ainda temos e recuperar as danificadas, enquanto os 39% restantes vêm do plantio de novas árvores em áreas que atualmente não têm florestas. 

Crowther e sua equipe ressaltam a importância de uma restauração florestal diversificada, que atenda às necessidades das comunidades locais e evite plantações em massa de uma única espécie. O ecologista planeja compartilhar essas ideias na COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. 

Por outro lado, críticos como Joseph Veldman, alertam que o estudo de Crowther pode estar exagerando na quantidade de carbono que as árvores podem absorver. Eles apontam que plantar árvores em locais não adequados, como em altitudes muito altas, savanas, pastagens naturais ou áreas com ecossistemas delicados, pode causar problemas. Isso porque, nessas áreas, o plantio de árvores pode desequilibrar o ecossistema local, prejudicando os animais e plantas que já vivem lá. 

Fonte: japantimesusnews 

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