Na sexta-feira, 3 de novembro, São Paulo enfrentou rajadas de vento superiores a 103 Km/h, deixando mais de 2,1 milhões de residências sem energia elétrica. Até 7 de novembro, mais de 100 horas após o incidente, 30 mil imóveis ainda estavam às escuras. O evento desencadeou críticas severas e cobranças por intervenção de órgãos governamentais e de defesa do consumidor.
Eduardo Annunciato, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e também conhecido como Chicão, havia alertado a Enel sobre o risco de apagões devido a decisão da empresa em priorizar a compra de novos equipamentos em vez da manutenção preventiva. Segundo ele, a falta de manutenção poderia resultar em falhas de fornecimento, principalmente durante condições climáticas severas.
Chicão também criticou a redução de funcionários experientes e o aumento da contratação de mão de obra terceirizada, o que poderia comprometer a qualidade da manutenção e a resposta a emergências. Ele apontou para uma redução significativa de funcionários da Enel, contrastando com a gestão anterior da AES Eletropaulo, que havia aumentado o quadro após um apagão em 2014 de 6.450 para 8.050 até 2016, antes da aquisição pela Enel em 2018.
Desde 2019, a Enel viu o número de seus funcionários cair de 23.835 para 15.366 até o final de setembro de 2023, uma redução de 35,5% em quatro anos, incluindo cortes de 40% no quadro próprio e 34% nos terceirizados. Paralelamente, a base de clientes na região metropolitana de São Paulo cresceu 7%, alcançando 7,85 milhões. A proporção de funcionários para clientes mudou de um para cada 307 em 2019 para um para cada 511 clientes atualmente.
O governador Tarcísio de Freitas reconheceu a necessidade de São Paulo aprimorar sua preparação para temporais e sugeriu que a Enel compense os afetados pelo apagão. O prefeito Ricardo Nunes, inicialmente a favor de uma taxa adicional para o aterramento dos fios, agora propõe uma contribuição voluntária. Vale lembrar que a melhoria da infraestrutura é de responsabilidade da Enel, sem que isso onere os consumidores, como estipulado pelas normas regulatórias do setor (Lei Nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995).
Atualização 08/11/2023 09:40 hrs: Enel recusa indenização ampla e revolta prefeitos
Fonte: economia.uol – folha.uol – msn – noticias.uol – metropoles – planalto