A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter e agora pertencente a Elon Musk, entrou com uma ação judicial contra a Federação Mundial de Anunciantes (WFA) e várias grandes empresas, como Mars, Unilever, CVS Health e Orsted, alegando que essas entidades conspiraram ilegalmente para boicotar a plataforma.
Linda Yaccarino, CEO da X, afirmou que esse boicote ameaça a “praça global”, um espaço onde os usuários podem se expressar livremente. Elon Musk declarou: “Tentamos a paz por 2 anos, agora é guerra”.
O boicote começou após a compra da X por Musk em 2022, quando a plataforma passou por mudanças rápidas na moderação de conteúdo, resultando em um aumento de conteúdo ofensivo. Isso fez com que muitas empresas ficassem preocupadas em ter suas marcas associadas a conteúdos prejudiciais e decidissem parar de anunciar na plataforma, resultando em uma queda na receita de publicidade da X por meses.
Essa ação judicial pode trazer grandes mudanças no mercado de publicidade online. Se Elon Musk vencer a ação, as empresas podem ser obrigadas a reconsiderar onde colocam seus anúncios, possivelmente dando mais poder a plataformas como a X. No entanto, se a plataforma continuar permitindo conteúdo ofensivo, as empresas provavelmente manterão o boicote para proteger suas marcas.
Em 2023, um relatório da Media Matters mostrou que o Twitter estava exibindo anúncios de empresas como a Apple ao lado de “conteúdo pró-nazista”. Como resultado, diversas empresas, incluindo Sony, Warner Bros e Ubisoft, suspenderam temporariamente suas campanhas publicitárias na plataforma.
Por outro lado, se as empresas vencerem, isso pode reforçar o direito delas de escolher onde não querem anunciar, especialmente se acharem que a plataforma não é segura para suas marcas. Essas mudanças podem afetar como e onde vemos anúncios na internet no futuro.
A X alega que essas empresas conspiraram para reter bilhões de dólares em receita de publicidade, violando as leis antitruste dos EUA. Segundo a X, a plataforma cumpre ou até supera os padrões de segurança da marca estabelecidos pela Global Alliance for Responsible Media (GARM), que inclui membros como EA e Twitch, visando melhorar a segurança online e remover conteúdo prejudicial das mídias sociais apoiadas por anunciantes.
Mesmo assim, a X enfrentou um boicote que prejudicou suas finanças. O sucesso do processo depende da X conseguir provar que houve um boicote organizado, em vez de os anunciantes terem decidido se retirar da plataforma de forma independente.
Em resposta ao processo, a WFA decidiu encerrar o programa GARM. Esse movimento foi criticado por alguns, que acreditam que agora os anunciantes terão que assumir uma responsabilidade mais direta sobre onde seus anúncios aparecem, sem a orientação do GARM. Claire Atkin, co-fundadora do Check My Ads, destacou que a descontinuação do GARM coloca ainda mais responsabilidade nas mãos dos anunciantes.
A disputa também foi discutida em uma audiência no Congresso dos EUA sobre “colusão na Global Alliance for Responsible Media”. Durante a audiência, o presidente da Unilever, Herrish Patel, defendeu o direito de sua empresa de escolher onde anunciar, afirmando que “nenhuma plataforma tem direito ao nosso dólar de publicidade”.
Essa disputa entre a X e os anunciantes revela ao público as crescentes tensões no mercado de publicidade digital. Com a ação judicial em andamento, o futuro da plataforma e seu relacionamento com os anunciantes é incerto. No entanto, uma coisa é clara: a batalha pela liberdade de expressão e pela segurança da marca no mundo digital está longe de acabar.