Nipah: Vírus mortal coloca o mundo em alerta

O recente surto do vírus Nipah na Índia reacendeu a preocupação sobre o perigo desse vírus, mostrando a necessidade de permanecermos atentos e adotarmos medidas preventivas. O vírus Nipah é uma zoonose, o que significa que é transmitido de animais para humanos. Seus hospedeiros naturais são os morcegos frugívoros, mas também pode estar em porcos, cavalos, cães e gatos. A transmissão acontece pelo contato direto com esses animais, consumo de alimentos contaminados ou de pessoa para pessoa.

Paciente com sintomas de vírus sendo transferido para ala de isolamento em hospital de Kerala, setembro de 2023. Fonte: AFP/Getty Images.

Os sintomas do vírus Nipah variam de assintomáticos a doenças respiratórias severas e encefalite, uma inflamação cerebral letal. Os sinais mais comuns incluem febre, dor de cabeça, sonolência e dificuldades respiratórias, que em casos graves podem levar ao coma.

Sobreviventes graves podem ter efeitos neurológicos a longo prazo. A taxa de mortalidade é alta, entre 40% e 75%, dependendo do surto e das medidas de controle. A infecção é diagnosticada com testes como RT-PCR e ELISA, que identificam a presença do vírus e dos anticorpos no corpo.

O teste RT-PCR é vital para diagnosticar doenças virais, detectando RNA viral com alta precisão durante fases específicas da infecção.

Identificado em 1999 na Malásia, o vírus Nipah causou um grande surto entre criadores de suínos. Desde então, surtos ocorreram principalmente em Bangladesh e na Índia. Em 2018, Kerala enfrentou um dos piores surtos, com 17 das 18 pessoas infectadas morrendo. Em julho de 2024, a morte de um adolescente em Kerala reacendeu os alarmes.

As autoridades locais identificaram 214 pessoas que tiveram contato com o paciente, das quais 60 foram consideradas de alto risco e colocadas em isolamento. Medidas rigorosas foram tomadas para monitorar e conter o vírus, incluindo o fechamento de escolas e escritórios e a criação de comitês para identificar e isolar os afetados.

Para prevenir a infecção, a OMS recomenda evitar frutas possivelmente contaminadas por morcegos, usar equipamentos de proteção ao manusear animais e evitar contato próximo com pessoas infectadas, lavando as mãos frequentemente.

A destruição de habitats naturais, como o desmatamento, aumentou o contato entre humanos e animais hospedeiros, facilitando a transmissão de doenças zoonóticas como o Nipah. Embora o risco global de disseminação seja baixo, a mobilidade humana e a globalização exigem vigilância contínua. Regiões como Camboja, Gana, Indonésia, Madagascar, Filipinas e Tailândia também podem estar em risco de infecção.

Especialistas destacam a importância do monitoramento e rastreamento rigoroso dos casos para prevenir uma epidemia mais ampla. A alta mortalidade e a falta de vacinas ou tratamentos tornam essencial uma resposta rápida e coordenada. O vírus Nipah é uma grave ameaça devido à sua alta taxa de mortalidade e capacidade de transmissão entre espécies. A experiência de Kerala mostra a eficácia das medidas locais e a necessidade de colaboração global para prevenir surtos futuros. Pesquisas contínuas e políticas de saúde pública são vitais para enfrentar essa e outras ameaças pandêmicas.

O surto de Nipah em Kerala em 2018 teve uma letalidade de 89,4%, com 17 mortes entre 19 casos confirmados.

Comparado à COVID-19 e à gripe, o Nipah é ainda mais grave. A recomendação é que visitantes das áreas afetadas evitem contato com infectados e não consumam frutas cruas. Até agora, 706 pessoas, incluindo 153 trabalhadores da saúde, foram avaliadas.

Fontes: bbccnnbrasilg1

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