A Microsoft reformulou sua estratégia de marketing para o Xbox, destacando que não é preciso ter um console para jogar. Com o serviço de streaming Xbox Cloud Gaming, parte do Xbox Game Pass Ultimate, os jogadores podem desfrutar de muitos títulos em PCs, smartphones, tablets e Smart TVs, incluindo dispositivos Apple e Android. Recentemente, a Microsoft integrou o aplicativo Xbox aos dispositivos Fire TV da Amazon.
Agora, usuários do Fire TV Stick podem jogar pelo Xcloud, ampliando o alcance do serviço e permitindo que mais pessoas joguem sem precisar de um console. Essa parceria estratégica visa criar um “Netflix dos Jogos”, possibilitando que os jogadores acessem títulos populares diretamente em seus dispositivos e alcançando um público mais amplo, incluindo aqueles que não querem comprar um console, mas desejam jogar.
É uma abordagem semelhante ao que já é possível com alguns modelos de TVs da Samsung, que também oferecem acesso aos jogos do console da Microsoft sem precisar de um Xbox.
O aplicativo Xbox TV é compatível com os modelos de 2023 do Fire TV Stick 4K e o Fire TV Stick Max. Destes, apenas o primeiro está disponível no Brasil, mas, até o momento, o app não pode ser baixado pelo público brasileiro. Assinantes do Xbox Game Pass Ultimate (R$ 49,99 por mês) podem, com um Fire TV Stick e o app instalado, rodar games diretamente da TV.
Basta sincronizar um controle com o dispositivo da Amazon, acessá-lo com uma conexão ativa com a internet e curtir o jogo. Os jogos rodam na nuvem, e a seleção de títulos é limitada aos que são disponibilizados dessa forma — nem todos os games que fazem parte do catálogo do Xbox Game Pass oferecem a opção de jogar via streaming. Mas os principais títulos publicados pela Microsoft oferecem essa opção, então é possível curtir Starfield, Forza Motorsport, Halo e muito mais.
Embora o Xbox Game Pass seja popular por seu vasto catálogo de jogos, há preocupações sobre seu impacto na indústria. Ex-executivos da Microsoft, como Ed Fries, temem que ele possa prejudicar estúdios menores, enquanto críticos como Brad Hilderbrand apontam que jogos como Hi-Fi Rush podem não gerar lucro suficiente para cobrir altos investimentos. Fries expressou receio de que o Game Pass possa ter um efeito negativo semelhante ao do Spotify na indústria musical.
Por outro lado, defensores como Chris Charla, do programa ID@Xbox, acreditam que o serviço coexiste bem com as vendas tradicionais e que não é disruptivo, mas sim uma adição valiosa. O debate continua, com a indústria observando atentamente os efeitos a longo prazo do Game Pass no ecossistema dos jogos.
Apesar de as vendas do Xbox Series X/S estarem abaixo das do Xbox One, a Microsoft está focada em expandir o conceito de “Netflix dos Jogos”. Recentemente, a Microsoft passou a disponibilizar games para consoles anteriormente considerados rivais, como o PlayStation da Sony e o Nintendo Switch. Há questões sobre a saturação do mercado e o apelo de nicho do streaming de jogos, mas a Microsoft parece determinada a redefinir a experiência tradicional de jogos em console.
Com uma base instalada de consoles limitada, a Microsoft precisa encontrar novas formas de levar seus jogos ao grande público, especialmente após gastar US$ 70 bilhões na aquisição da Activision-Blizzard. A ideia é que, ao disponibilizar jogos na nuvem para a maior quantidade de dispositivos — independentemente de serem ou não produzidos pela própria Microsoft —, a empresa consiga atrair mais assinantes para o Game Pass, tendo assim o serviço como uma importante fonte de receita.
Fontes: olhardigital – tecmania – theverge