O YouTube tem enfrentado críticas por sua recente repressão aos bloqueadores de anúncios, com alegações de que a plataforma pode estar violando as leis de privacidade da União Europeia (UE). Alexander Hanff, especialista em privacidade, argumenta que o YouTube está usando código JavaScript para detectar extensões de bloqueio de anúncios sem solicitar o consentimento dos usuários, o que levou Hanff a apresentar uma queixa oficial à Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC).
Hanff acredita que os scripts de detecção de bloqueadores de anúncios são spyware e, portanto, inaceitáveis sem o consentimento do usuário. Ele argumenta que o YouTube está violando o Artigo 5.3 da Diretiva de Privacidade Eletrônica da UE, que exige que os sites solicitem consentimento antes de armazenar ou acessar informações do usuário em um dispositivo.
Por sua vez, o YouTube argumenta que a utilização de bloqueadores de anúncios infringe os seus Termos de Serviço. A plataforma iniciou uma campanha global com o objetivo de encorajar os usuários que ativaram bloqueadores de anúncios a permitir sua exibição ou a experimentar o YouTube Premium para uma experiência sem interrupções. A empresa alega que os anúncios contribuem para um ecossistema diversificado de criadores em todo o mundo e permitem que bilhões de pessoas tenham acesso ao seu conteúdo favorito no YouTube.
A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda está ciente da queixa de Alexander contra o YouTube e tem se comunicado com ele por e-mail. O especialista em privacidade quer que o YouTube pare de usar ferramentas de detecção de bloqueio de anúncios. Se ficar comprovado que a plataforma de vídeos da Google viola as leis de privacidade da UE, os usuários poderão continuar bloqueando anúncios, o que afetará o alcance dos anunciantes.
Para assistir vídeos sem anúncios, reproduzir conteúdo em segundo plano, baixar vídeos para assistir offline e ter acesso ao YouTube Music, é necessário pagar uma mensalidade de R$ 24,90 (individual), R$ 13,90 (estudante) ou R$ 41,90 (familiar). Na prática, o YouTube cria o problema para fornecer uma solução mediante pagamento.
A questão agora é como a Comissão de Proteção irlandesa responderá à queixa e quais serão as implicações para o YouTube e seus usuários. A situação é um lembrete importante de que, embora os anúncios possam ser irritantes para alguns usuários, eles desempenham um papel crucial no suporte a criadores de conteúdo e na manutenção do acesso gratuito a plataformas como o YouTube.
Por experiência como usuário, não vejo problema algum nos anúncios, desde que se evitem abusos como o excesso desse tipo de propaganda e a impossibilidade de cancelar alguns, o que obriga a assisti-los até o final. Afinal, me tornei assinante do YouTube Premium por livre e espontânea pressão.
Fonte: eur-lex – searchengineland