A Sega of America está sendo acusada de práticas trabalhistas injustas, especificamente de negociar de má fé e de planejar demissões em massa como retaliação contra a sindicalização dos funcionários. Essas acusações foram feitas pela Communications Workers of America (CWA), representante do sindicato dos funcionários, conhecido como Allied Employees Guild Improving Sega (AEGIS-CWA).
Elise Willacker, testadora sênior de QA na Sega, ressaltou em suas declarações que as ações da empresa demonstram sua recusa em valorizar a importância do trabalho de muitos dos seus funcionários e que as negociações não estão sendo conduzidas de forma honesta. A CWA e o sindicato exigem que a Sega torne todos os funcionários temporários permanentes e volte a negociar de maneira justa e imparcial.
O sindicato AEGIS-CWA foi criado em 24 de abril de 2023, em resposta à percepção dos trabalhadores de serem subvalorizados e sobrecarregados na Sega Of America. Na época, o COO e presidente da empresa, Ian Curran, afirmou que os trabalhadores sindicalizados não seriam “tratados de forma diferente”.
Segundo o site Kotaku, em 6 de novembro a Sega entregou uma proposta à unidade de negociação AEGIS-CWA, que planeja “eliminar gradualmente” os trabalhadores temporários até fevereiro de 2024. Esses cortes resultariam em uma redução de 40% na AEGIS, o que equivale a cerca de 80 trabalhadores. Em resposta a isso, os seguintes fatores levaram o sindicato a acusar a empresa:
Proposta de Demissões: A Sega of America propôs “eliminar” todos os trabalhadores temporários até fevereiro de 2024, afetando principalmente os departamentos de garantia de qualidade e localização. Isso resultaria na demissão de cerca de 40% dos membros do sindicato, aproximadamente 80 funcionários.
Negociações Diretas com os Funcionários: A Sega teria violado as normas de negociação coletiva ao realizar reuniões diretamente com os funcionários para comunicar esses planos, em vez de negociar com o sindicato. Esta abordagem vai contra a essência da negociação coletiva, que visa garantir uma representação coletiva e uma voz para os trabalhadores. Essas normas são fundamentais para proteger os direitos dos trabalhadores, assegurando que mudanças nas condições de trabalho sejam discutidas de maneira justa e imparcial.
Denúncia de Conduta de Trabalho Inadequada: O sindicato AEGIS-CWA, com o apoio da CWA, acusa a Sega de má fé nas negociações e de tentar contornar o processo legal de negociação com o sindicato.
Muitas vezes a sindicalização de trabalhadores é combatida pelas empresas nos Estados Unidos pelos seguintes motivos:
- Custo: Sindicatos geralmente negociam por salários mais altos, melhores benefícios e condições de trabalho, o que pode aumentar os custos operacionais das empresas.
- Flexibilidade Reduzida: Com um sindicato, as empresas têm menos flexibilidade para fazer mudanças rápidas em sua força de trabalho, como ajustar horários, demitir funcionários ou mudar práticas de trabalho.
- Controle Gerencial: Sindicatos limitam o controle gerencial sobre decisões relacionadas à força de trabalho. Isso pode ser visto como uma ameaça à autoridade e à capacidade de gestão da empresa.
- Disputas Trabalhistas: A presença de sindicatos pode levar a mais disputas e negociações trabalhistas, o que pode ser visto como um obstáculo para a operação suave do negócio.
- Preocupações com a Produtividade: Algumas empresas acreditam que sindicatos podem diminuir a produtividade, pois as regras sindicais podem limitar a capacidade de alocar recursos de maneira eficiente.
Esta situação deixa claro mais uma vez como algumas empresas buscam aumentar seus lucros, mesmo que isso signifique tomar ações que prejudiquem seus funcionários. Até o momento, a Sega of America aparenta não seguir as práticas corporativas adotadas por empresas que sabiamente buscam um equilíbrio entre lucratividade e bem-estar dos funcionários. Estas últimas reconhecem que cuidar bem da sua força de trabalho pode ser benéfico para o sucesso a longo prazo.
Fonte: engadget – kotaku – pcgamesinsider