Após sua aquisição, a Blizzard Entertainment vem passando por mudanças significativas. O anúncio no dia de ontem sobre o cancelamento de seu jogo de sobrevivência sem título, apelidado de ‘Odyssey’, é mais um indicativo da fase de transição na empresa.
O título que estava em desenvolvimento desde 2017, representava a primeira propriedade intelectual da Blizzard de desde o lançamento de ‘Overwatch’ em 2016. Apesar do otimismo inicial sobre as versões preliminares do jogo, o projeto enfrentou várias dificuldades técnicas que contribuíram para o seu cancelamento.
Inicialmente, o Odyssey estava sendo desenvolvido na Unreal Engine da Epic. No entanto, a Blizzard decidiu mudar para o seu próprio motor interno, Synapse, que havia sido usado para jogos mobile. O objetivo com esta mudança era apoiar os planos da Blizzard para mapas massivos com capacidade para suportar 100 jogadores de cada vez.
A mudança no motor gráfico se mostrou uma péssima ideia, pois o sistema mostrou-se lento para se ajustar as necessidades do jogo. Possivelmente o Synapse não estava conseguindo lidar com os gráficos, a física, ou mesmo a jogabilidade.
Devido a esses problemas, alguns desenvolvedores do projeto Odyssey estavam esperançosos de que, após a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, eles seriam capazes de voltar ao Unreal Engine para concluir o trabalho, até que problemas recorrentes com o Synapse, fez com que percebessem que o motor gráfico tinha limitações que o impediam de ser usado para desenvolver o jogo Odyssey até o fim.
Como resultado, a Blizzard decidiu cancelar o projeto, coincidindo com o anúncio de cortes da Microsoft, que afetou 1.900 empregos em várias de suas divisões de jogos, incluindo Activision Blizzard, ZeniMax e Xbox. O motivo desses cortes, foram explicados em uma matéria publicada no dia de ontem aqui no Pescadordebits.
Como se não bastasse, além do impacto nos projetos em andamento, a Blizzard também está enfrentando a saída de figuras-chave de sua liderança. Mike Ybarra, presidente da Blizzard, deixou a empresa após mais de 20 anos na Microsoft e três anos na Blizzard. Sua saída foi seguida pela do co-fundador e diretor de design da Blizzard, Allen Adham. Embora as razões exatas para suas saídas não tenham sido explicitamente declaradas, especula-se que Ybarra tenha deixado a empresa em solidariedade aos funcionários afetados pelos cortes.
Apesar desses desafios, a Blizzard afirma estar redirecionando a equipe que trabalhava no ‘Odyssey’ para outros projetos promissores, sem revelar detalhes.