Nos últimos meses, diversas modalidades de golpes financeiros têm crescido no Brasil, afetando milhares de pessoas diariamente. Um dos golpes mais comuns é o “golpe do 0800”, onde os golpistas se passam por funcionários de bancos para confirmar compras ou transferências suspeitas.
Ao entrar em contato com a vítima, geralmente por mensagem de texto ou ligação, eles solicitam que a pessoa ligue para uma falsa central de atendimento ou forneça dados diretamente, visando roubar informações pessoais e financeiras. Em alguns casos, os golpistas fornecem um número falso para que a vítima entre em contato, ou fingem ser atendentes diretamente na ligação inicial, aumentando a credibilidade do golpe.
Além disso, outro golpe recorrente é o “golpe dos Correios”, onde os criminosos enviam mensagens falsas, alegando a necessidade de pagamento para liberar uma encomenda, redirecionando as vítimas a sites fraudulentos. Essas mensagens falsas podem ser enviadas por SMS, e-mail ou WhatsApp, e os sites fraudulentos frequentemente utilizam o nome e a logomarca dos Correios para enganar as vítimas.
A incidência de golpes é de 4.678 tentativas por hora no país. As fraudes com cartões de crédito lideram em termos de prejuízo, com um valor médio de R$ 1.702 por vítima. O roubo e furto de celulares causam um prejuízo médio de R$ 1.549, enquanto os golpes envolvendo Pix e boletos falsos resultam em perdas médias de R$ 1.470.
Pessoas entre 25 e 34 anos, com renda de 5 a 10 salários-mínimos, são as mais afetadas, especialmente em grandes cidades. Um quarto dos entrevistados relatou ter sofrido pelo menos uma tentativa de golpe envolvendo Pix ou boletos falsos entre julho de 2023 e junho de 2024.
Para se proteger desses golpes, é essencial desconfiar de qualquer mensagem ou ligação que solicite dados pessoais ou financeiros. A Febraban orienta que não se deve ligar para os números fornecidos em mensagens ou ligações suspeitas, mas sempre utilizar os canais oficiais da instituição.
Bancos nunca pedem essas informações por telefone e recomendam que os clientes entrem em contato pelos canais oficiais para confirmar qualquer suspeita. Além disso, algumas instituições financeiras implementaram tecnologias específicas para proteger seus clientes. Por exemplo, o Nubank utiliza a funcionalidade “Chamada Verificada” e o sistema “Alô Protegido” para garantir a autenticidade das ligações, enquanto o Itaú utiliza notificações em seus canais oficiais para confirmar transações suspeitas.
Caso a vítima perceba que caiu em um golpe, deve agir rapidamente, bloqueando contas e serviços, entrando em contato com o banco para tentar reverter a transação e registrando um boletim de ocorrência. Se a transação fraudulenta foi realizada via Pix, o Banco Central oferece um Mecanismo Especial de Devolução (MED), que pode ser acionado em até 80 dias para tentar recuperar os valores.
Em casos de dificuldade para contatar a instituição financeira, é recomendado formalizar uma denúncia e guardar todas as provas possíveis, como capturas de tela de mensagens, e-mails e extratos bancários.
Fontes: canaltech – cnn – veja.abril