Estudante de 21 Anos Decifra Manuscrito de 2 Mil Anos com Auxílio de Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) tem proporcionado avanços notáveis, um dos quais é a tradução de um manuscrito de 2 mil anos. Este feito é particularmente impressionante, pois demonstra na prática como a tecnologia moderna torna a descoberta e interpretação de textos antigos acessíveis a todos, independentemente de sua formação em estudos clássicos. 

A imagem, fornecida pela Universidade de Kentucky, exibe um rolo de Herculano em processo de escaneamento no Institut de France. Foto: EduceLab/University of Kentucky

Luke Farritor, um estudante de 21 anos da Universidade de Nebraska-Lincoln, desempenhou um papel crucial que serve como um exemplo marcante. Sua jornada começou com o Desafio Vesúvio, uma competição global liderada pelo Professor Brent Seales da Universidade de Kentucky, que motivou estudantes, acadêmicos e entusiastas a trabalharem na decifração dos pergaminhos antigos de Herculano, que estavam armazenados em uma biblioteca perto de Pompéia que pegou fogo e foi soterrada por lama vulcânica e cinzas depois da erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C.

Mais de 600 dos pergaminhos foram encontrados na década de 1750, mas as pessoas temiam que abri-los os fizesse se desintegrar, disse Brent.

Os pergaminhos, datados do ano 79 d.C, foram descobertos nas ruínas de Herculano.

Luke Farritor e Youssef Nader, da Universidade de Berlim, estão entre os principais participantes desta iniciativa, e suas dedicações levaram à descoberta e tradução da palavra grega “porphyras”, que significa “roxo” ou “tintura roxa”. Este marco histórico se tornou possível através do programa de IA desenvolvido por Luke. 

Os caracteres πορφύρα, que significam “roxo” em grego antigo, foram obtidos de um rolo de Herculano que foi carbonizado pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. Foto: Divulgação/Vesuvius Challenge via Universidade de Kentucky 

O uso da tecnologia foi fundamental para alcançar este feito. Além do programa de IA criado por Farritor, técnicas avançadas como tomografia e aceleradores de partículas foram usadas para examinar os pergaminhos sem danificá-los. Essa descoberta não apenas trouxe à luz uma palavra esquecida, mas também mostrou o potencial ainda não explorado da IA para recuperar e traduzir textos históricos, estabelecendo um precedente encorajador para futuras pesquisas em papirologia e estudos clássicos. 

Os pergaminhos de Herculano, que pertenceram a Lucius Calpurnius Piso Caesoninus, sogro de Júlio César, têm fascinado historiadores e pesquisadores por séculos. A descoberta recente oferece uma visão para um passado distante, trazendo a promessa de revelar mais segredos que esses pergaminhos antigos podem guardar. 

Fonte: estadaooglobotecnologia.ig 

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