Dou início à matéria com duas ótimas notícias: ‘Dragon’s Dogma 2’ terá legendas em português brasileiro e será acessível mesmo para aqueles que não jogaram o primeiro jogo da franquia, lançado em 2012. Como um título completamente novo, e não uma continuação direta, o jogo introduzirá novas histórias, personagens, dragões, e um mundo que é quatro vezes maior que o de seu antecessor.
Com lançamento previsto para 22 de março, o jogo foi desenvolvido na RE ENGINE, um motor de desenvolvimento proprietário da Capcom, que já foi utilizado em diversos jogos renomados da empresa, como “Resident Evil 7”, “Resident Evil 2 Remake”, “Devil May Cry 5” e “Resident Evil 3 Remake”. A vantagem no seu uso é a capacidade de oferecer gráficos de alta qualidade e uma experiência imersiva, com detalhes que adicionam maior realismo visual.
A série Dragon’s Dogma é um jogo de ação de mundo aberto de grande sucesso, com vendas acumuladas de 7,9 milhões de unidades até 30 de setembro de 2023. Se caracteriza pela enorme liberdade de exploração e ação, onde as escolhas do jogador afetam diretamente a história e o mundo ao seu redor.
Essa interatividade permite que a narrativa se molde às decisões tomadas, podendo levar a diferentes desfechos e interações com personagens e ambientes. Isso enriquece a jogabilidade, fazendo com que cada jornada seja única. A demora no lançamento de “Dragon’s Dogma 2”, que levou 12 anos, pode ser atribuída à difícil escolha de Hideaki Itsuno, renomado desenvolvedor na Capcom. Após o sucesso de “Dragon’s Dogma”, ele enfrentou o dilema de escolher entre desenvolver “Devil May Cry 5” ou a sequência de “Dragon’s Dogma”.
A decisão foi tomada após uma conversa decisiva com Kenzo Tsujimoto, fundador da Capcom, na qual Itsuno optou por “DMC5”. Apesar dessa escolha, ele manteve “Dragon’s Dogma 2” em seus planos, demonstrando seu esforço em cuidar dos projetos que ama, tendo interesse em também atender as expectativas dos fãs.
O produtor de ‘Dragon’s Dogma 2’, Yoshiaki Hirabayashi, explicou que desenvolver um RPG de mundo aberto vai além das questões de cronograma, abrangendo a complexidade do processo. Jogos desse calibre, especialmente os de mundo aberto, exigem um enorme investimento em recursos financeiros, mão de obra, tempo de desenvolvimento e planejamento para serem bem-sucedidos.
Hideaki Itsuno, diretor do jogo, destacou que os jogadores precisarão ter cuidado com os NPCs, que podem morrer durante as missões e permanecerão assim até serem ressuscitados com uma Wakestone. Itsuno também introduziu uma mecânica importante: a afinidade entre o jogador e os NPCs.
Para criar um ‘simulador de mundo de fantasia’, proteger os NPCs favoritos se torna essencial, seja nas batalhas ou enquanto foge, visando uma experiência mais imersiva e realista. Esta mecânica busca adicionar uma camada de responsabilidade e conexão emocional, tornando as ações dos jogadores mais significativas.
Yoshiaki Hirabayashi ressaltou que personagens invencíveis comprometeriam o realismo. Com o sistema de afinidade, o jogo visa estabelecer relações dinâmicas, enfatizando que a morte dos NPCs deve ser levada a sério, influenciando a maneira como os jogadores irão agir. A presença da morte visa ensinar a importância das escolhas, promovendo responsabilidade em um mundo onde cada ação tem consequências.
Foi interessante a revelação de Hideaki Itsuno de que “Dragon’s Dogma 2” pegou algumas ideias de “GTA 5”. O diretor mencionou que o jogo da Rockstar inspirou a equipe a criar um mundo mais vivo, onde as ações dos jogadores impactam significativamente o universo do jogo e sua narrativa. Itsuno tem como objetivo que “Dragon’s Dogma 2” ofereça uma abordagem similar, promovendo exploração emocionante e cheia de surpresas.
Ele também abordou a introdução de um sistema único de salvamento, que vem gerando discussões entre os jogadores. Este sistema exige um item especial, chamado Wakestone, para salvar o progresso, diferentemente de outros jogos onde se pode salvar a qualquer momento. Essa nova mecânica tem gerado críticas de alguns jogadores por mudar a forma convencional de salvamento, impactando a maneira como jogam.
Apesar de tudo que acabaram de ler, fazendo parecer que ‘Dragon’s Dogma 2’ será um grande lançamento, jogadores têm feito duras críticas por estar limitado a 30 fps. Argumentam que essa taxa de quadros é insuficiente para proporcionar uma experiência suave e imersiva, comprometendo a fluidez dos movimentos, especialmente em combates rápidos e cenas com muitos elementos na tela.
Muitos demonstraram desapontamento, esperando que o jogo aproveitasse ao máximo as capacidades das plataformas de nova geração. Ciente dessas preocupações, a equipe promete otimizações futuras para melhorar a experiência.
Fonte: game8 – gameinformer – vg247